LEGENDAS |
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Poesias-->med 63 -- 18/12/2011 - 00:39 (maria da graça ferraz) |
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Não sei quando eles chegaram
ou quanto tempo, ainda,
vão permanecer dentro da roda
Eles estão lá fora
Aguardando a hora
nas prateleiras
Eles são tão iguais!
Brasileiros!
Recheio de vento e de goiabada!
Cortados com tesoura de aço
no mesmo molde
de papel reciclado
Sentam-se, um ao lado do outro,
na mesma posição,
soltando fio e botão
Possuem o mesmo olhar de pedra
sem resíduos
O gesto mudo. Os dedos de manivela.
A boca semi-aberta
à espera do ventríloquo
bate como uma janela :
"Sim-sim-salabim
Lupuliplim-clapatopô"
O cabelo é riscado
em linhas tracejadas de tricô
que se quebram
em várias ondas
e o corpo costurado
com alinhavo apressado
cor de carne e de sombra
E o desafio
era saber onde estava
cravada a agulha
na tapeçaria
porque se doíam e se doíam !
E eu médica,
retirava a luva,
e preferia o dedal
para a costura
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