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Poesias-->MEDICO 161 -- 18/12/2011 - 21:19 (maria da graça ferraz) |
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Ela estava tão linda
Naturalmente, linda!
Linda!
E "decorada"
No rosto,
o blush da febre rosado
combinando com o tom delicado
do branco lavado do lençol
e com sua pele desidratada
Em torno do seu pescoço de cisne,
alvo e longo,
o colar das artérias resplandeciam
um brilho triste
como uma supernova
recém nascida
Nas mãos, os anéis pesados
dos nódulos reumáticos
obrigavam seus dedos
virarem-se para baixo
apontando um ponto :
" a semente" enterrada
nos solos devastados
Linda!
Naturalmente, linda!
Expunha os formatos dos ossos,
a fina arquitetura suspensa,
frágil e elástica,
sob a carne seca e tensa
Revelava todos os segredos
das vísceras e dos plexos,
através dos decotes da doença
Nos olhos, um espelho claro :
" a rara pérola"
sendo misteriosamente trabalhada
em silêncio
Linda!
A cor roxa e violácea
dos hematomas e das petéquias
tingiam labirintos
para a pop -arte de uma nova estética
E as veinhas azuis-
como braceletes finos-
subiam pelo braço e pelas pernas,
santitantes e maliciosas, aos pares,
para perderem-se acima,
como ramos das flores de todos os males
Linda!
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