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Poesias-->MEDICO 058 -- 18/12/2011 - 21:35 (maria da graça ferraz) |
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Aquelas crianças de olhar triste,
desnutridas, que me observam,
e cujo sorriso é lento e difícil
Aquelas crianças que vejo
passar por mim, todos os dias :
Magras. Pálidas. Desconfiadas.
Tão alheias a tudo
E que recusam o abraço e o beijo
Aquelas crianças demais sérias
Demais velhas. Tão duras!
Que não sabem cantar
Aquelas crianças feridas
dentro de cada homem
que me olham - olhar grande,
estendido, que dá voltas
e às vezes, me enforca
Aquelas crianças dentro dos homens!
E estas manhãs do cerrado
que se levantam frias
como um caixãozinho branco
erguido por muitas mãos
Estas manhãs que já não brincam
Estão mortas!
Estes dias...
Cheiro de terra remexida
cujas horas
são marcadas por pás
abrindo covas
E eu - solitária - a correr
atrás de um pátio e de uma bola
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