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Poesias-->A MORTE DOS POETAS -- 02/03/2012 - 17:30 (Clovis Coelho Rocha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A morte é inimiga dos poetas,

dos prosadores.

Ela odeia esse povo,

que só vive de falácia.

Em seus textos, ela é desdenhada.

Dizem que são imortais!

Falsa modéstia!

Veja os poucos que resta!

Quando vem buscar um,

chega sua vez da vingança,

vê o pobre com olhar de criança e desdenha.

Manda uma aprendiz qualquer.

Esse povo precisa aprender a morrer!

Tem uns que tentam todos os dias.

Envenenam-se em balcões de fétidos botecos,

Falam, bebem, vão ficando com voz de marreco.

Não tem jeito não.

Quando ela acha que é hora,

quase sempre antes do tempo,

lá vem a aprendiz.

Feliz empunhando uma foice sem corte,

chega a ajudande da morte,

tira-lhes a vida aos poucos,

com muito sofrimento.

Qual imortal qual nada!

A maioria, tem suas folhas rabiscadas

perdidas, incineradas, esquecidas em um porão.

Bem antes que a alma do pobre

se queime nas chamas do inferno.

Contra seus argumentos o coisa ruim

vai dizendo: suas palavras não me convencem!

Pra nada servem, nem aqui, nem lá

onde pensava ser o tal!

Você falou tanto em sofrimento,

em tantos amores perdidos, coitado,

que mandei te buscar.

Este é e sempre foi seu mundo.

Fique à vontade!

Pegue aí desse carvão,

lembre-se dos amores que deixou

e comece a rabiscar.

Não se esqueça que aqui jaz.

Diga coisa inteligente.

Jamais poderás repetir a alguém: - Sem você

posso morrer de repente.
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