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Poesias-->Sol Vago -- 31/03/2012 - 11:15 (Lita Moniz) |
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Sol Vago
Sol Vago a bater à porta de gente morta.
Cegos!
A cegueira, companheira da vida inteira,
Impediu-os de ver o que estava a acontecer.
Ou não queriam ver.
Movidos a intrigas, mentiras, falsidades.
Só a verdade não podia aparecer.
Se me solto, preparai-vos para morrer.
Melhor é não desenterrar o que nos pode
Salvar.
Viver como quem sabe que já não há
Salvação, nem paz, nem perdão.
Viver a cultuar o que chegou para matar.
Dar vivas ao Salazar.
Dar vivas aos pés que nos andavam a pisar.
Dar vivas aos pedófilos pelo país a prosperar.
Dar vivas a almas perdidas.
Mais perdidas do que as nossas pobres vidas.
Pobres, mas resolvidas.
E depois do Salazar passar, continuar nisto de enganar.
Enganar o povo acenando-lhe com um mundo novo.
Enganar a nação: chegou a tua vez outra vez.
Quanta enganação!
Quantos falsos discursos de cidadania, civilização!
Ainda não foi desta vez que saíste do buraco onde
Caíste.
Perdeste o pouco juízo que ainda havia quando davas
Vivas ao Salazar.
Cavaste um buraco mais fundo na ânsia de te salvar.
Enrolaste a tua vida na corda que chegou para te enforcar.
Onde está então a salvação?
No encoberto, no certo, que continua lá a dizer:
Se me solto, preparai-vos para morrer.
Lita Moniz
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