Hoje, mais que noutros dias,
gostaria de sentir, ao cair
da tarde, num calmo jardim,
o cheiro incunfundível dos jasmins;
caminhar de pés descalços,
contra o vento, na areia fofa
de uma praia deserta,
sentindo no rosto a brisa
leve e salgada da orla;
ouvir pássaros chilreando
em algum ninho escondido,
contemplar a trajetória efêmera
de um astro cadente,
ver ressonando, no berço,
ignorando as misérias da vida,
o netinho distante;
colher ao acaso, no jardim,
uma flor qualquer,
se for um a rosa, ainda é melhor.
Molhar os pés num riacho,
ver o sol nascer,
ouvir uma canção de outrora,
receber um afago que
me diga que eu não estou só
neste mundo...
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