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Poesias-->SOBRAS DO SILÊNCIO -- 06/04/2012 - 20:26 (Clovis Coelho Rocha) |
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Li nos teus olhos tanto desejo
Os meus, calados, corresponderam,
À sede, à fome, de amor.
Os lábios trêmulos, lacrados,
Tímidos ou amedrontados não ousavam.
Quem sabe amanhã?
O amanhã poderá ser tarde! E foi!
Quase sempre é!
O tempo se foi.
A juventude se foi.
Você se foi!
Nada levou,
Nem o desejo,
A lembrança,
O sabor dos meus lábios intocados,
As minhas poesias.
As palavras mais sinceras que escrevi!
Deixou muito,
Muito mais do que posso suportar:
O cheiro,
O toque roubado em qualquer esbarrão casual.
A lembrança dos seus lábios calados,
Mas desejosos,
As poesias que não descartei
E, ainda são tuas,
Para sempre serão,
Mesmo depois da minha partida,
Assim como sou teu
E eternamente serei.
Jamais lerá este poema
Que também é teu.
Não importa,
A mim pertencem apenas
O silêncio e essa maldita saudade.
Sou egoísta, esses não divido com ninguém,
Como não levou nada,
Não repartirei o que me restou.
Quanto aos meus lábios?
Continuarão para sempre selados esperando pelos seus.
Meus olhos, agora tristes,
Também são sobras do que você abandonou
Para contemplar, sem esperanças,
Um horizonte que a cada dia que passa
Mais se aproxima do fim.
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