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Poesias-->Contravenção Poética -- 25/04/2001 - 19:39 (Lucas Tenório) |
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Fazer uma poesia sem nome
É impossível, diriam.
Seria empapar alguém sem fome
ou dormir falando ao telefone
ou acordar insone, sentindo
que se não dormiu, na cama.
Quem já viu uma poesia sem nome.
É um registro fiel da sua identidade,
fundamental para que seja
uma poesia cidadã.
Ah... mas poesias cidadãs, onde estarão?
Nos Tribunais em despachos e acórdãos
acordando policiais para cumprir seu dever.
Qual o dever de uma poesia cidadã?
Falar sério aos seus concidadãos
Não folgar com a imperfeição, degeneração.
E que perfeição se não há sequer um nome
na dita poesia cidadã.
Seria ela cidadã mesma
ou qualquer uma, uma indigente
e malandra que não se
identifica.
A poesia sem nome, que agora duvidamos
ser cidadã, devia então ser interrogada.
Coisas como onde mora etc,
mas principalmente quais são
suas verdadeiras intenções.
Acho que uma poesia sem nome
não tem intenção a não ser
não ter um nome.
Ela é acusada pelo que
disse e diz: ser uma cidadã
sem nome.
Crime hediondo e inafiançável!
Tantos nomes distintos
e nossa poesia sem nome
sem nome.
Fulano de tal ou sicrano...
Presa.
Chegando ao presídio
a nossa poesia sem nome
seria lá mais uma qualquer.
E lá mesmo lhe dariam um nome:
"Contravenção Poética". |
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