Aquela Casa Distante
Aquela casa distante, queria fechar os
Olhos e nem sequer pensar nela.
Mas ao acordar lá estão os meus olhos fitos nela.
Parece ver à janela olhos a chorar por mim.
Lágrimas antes saudades, são agora de chamar:
- Vem! Estou aqui a esperar por ti.
Quem chama por mim ali?
São as paredes de pedra.
São as tábuas a ranger.
Vem! Só tu nos podes valer.
E a alma que ali mora não se cansa de rezar.
Pede para tudo que é santo que eu chegue para a salvar.
Esta volta sempre adiada.
Há tanto tempo parti.
E não consigo sair dali.
Parece obsessão.
Ou será missão?
Ou vida mal resolvida.
Só serei absolvida quando voltar para ficar.
Este é o meu mal, o meu bem: deixar o meu barco
Á deriva e correr para salvar outro prestes a naufragar.
Lita Moniz
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