DOIS POEMAS DE FRANCISCO MIGUEL DE MOURA
UNS OLHOS
VERDES
Francisco Miguel de Moura*
1
Uns olhos me feriram o coração,
Mostrando graça e fresca juventude
A mim, rondando já a senectude.
Verdade ou fingimento? Uma ilusão...
Uns olhos de paixão, de forte luz
Tal como um raio que perfura o chão,
Sob o qual sucumbiu por tentação
Meu doce e fundo olhar. Assim me expus.
Uns olhos, todo dia e sem dar tréguas,
Vindo e voltando andavam tantas léguas,
Em busca da grandeza dessa oferta.
Mas a dona fugiu-me de repente,
Porém deixou comigo o olhar virente
Que não se apagará, nesta alma aberta.
2
OUTRO OLHOS
Teus olhos me cansaram por te ver
Tão desejosa de falar. Ou mentes?
Já os meus, quase mortos ou descrentes
Emudeceram
Nunca para sempre.
Uma vez acesos, olhos não se apagam,
Bocas não se calam quando a cor
Do amor
Tinge a pele e os cabelos.
Mesmo em cicíos falam
Aquilo que em silêncio é desperdício.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, mora em Teresina, Capital do PIAUÍ, Brasil, onde exerce sua atividade de escritor, com página às sextas-feiras e sábados no jornal 'O Dia', o melhor e o mais antigo da Capital. Ilustra esta página, a cantora Avril-Lavine, colhida, na internete: 'essas e outras blog informativo'.
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