Chegada
Penduro minha reza no lustre de uma corda
de violão
ou talvez seja uma corda de piano
tanto faz.
Deixo umas coisas bem concretas e pesadas
como as chaves, as sacolas, o jornal
e me vou acomodando nesta casa
onde estou.
E percebo que só tenho o que não tenho
porque isso me segura como um chão
Essa coisa que recita e que incomoda
Para o tempo, olha fixo
Come o sol
Esse lado que inferniza quando aquieta
E não tenho onde deixar
E dói que só
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