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Poesias-->EXÍLIO -- 01/10/2012 - 15:28 (Alexandre José de Barros Leal Saraiva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Exilado nas profundezas azuis

de um mar sem fim,

ele desafiou todos seus receios e

deixou-se morrer pela maré...

antevéspera da ressurreição.



Sozinho em águas solenes

de sal e fé,

ele saboreou todos os pecados,

saciou a fome e arrependido adormeceu...

depois de amanhã acordará!



Silencioso entre ondas incansáveis

de infinitas chegadas e abandonos,

ele simplesmente parou,

aquietou o coração, descansou as pernas...

em três dias andará!



Cego diante da misteriosa fronteira

que une (ou separa) oceanos e céus,

ele abriu asas oníricas e mergulhou,

banhou-se em sonhos frágeis de Ícaro...

voará, cairá, morrerá e, em pouco tempo:



exilado, sozinho, silencioso e cego

desafiará o mar, saboreará o sal,

aquietará os pecados arrependidos,

sonhará com oceanos e céus que saciarão todas as fomes,

porém jamais deixará de mergulhar na própria dor!



Enfim, quem não morre e ressuscita no próprio e desconhecido exílio?
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