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| Poesias-->Desorientado -- 13/02/2013 - 09:24 (José Carlos Moreira da Silva) |
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Desorientado .......
Eu chego em casa assim após um “dever cumprido”
Após a expectativa do “que estava escrito”,
Após previsível repetição do sempre, do aqui, do agora !
Eu, que sempre me perguntei quem sou, de onde vim, para onde vou,
Eu, que em busca vivo do que eu mesmo seja,
De que origem provenho e do que me enseja,
Do que é principal e do que é efêmero !
De onde extraio raízes de expressões próprias,
Das profundas quimeras sempre aleatórias,
Do que eu digo que é meu próprio ou que é estranho e fugidio !
De onde provêm os gritos incontidos,
Os brados inconformados de argumentos descabidos,
As buscas pertinazes dos meus descaminhos,
Caminhos que se escoam por entre as frestas dos dedos,
Destas mãos que se embaralham na conquista e nos desvelos,
Das esperanças que se perdem nesta vida a fora...
Ah ! Fluxo de otimismo incontido que teima em prevalecer !
Renovação que acontece inocente em cada alvorecer,
Teimosia inerente a todo ser que sofre,
Que não se entrega, que insiste e encontra,
No raiar de um novo dia, na divina luz que se irradia,
De uma fonte infinita, de uma quimera bendita,
De provedoria total, de origem pia batismal,
De lugar comum, onde a expressão do todo se explica,
Onde a vida então simplifica,
em expressão de beleza e de poesia pungente !
Eis que agradeço muito a tais momentos,
Que assoberbam todos os pensamentos,
Que arrebatam nosso ser a uma esfera maior de influência,
Que extrapolam toda a contingência,
Que nos impelem a um mundo maior desconhecido !
Ah ! Meu Deus, que neste Mundo tens representado,
Toda a esperança, deste Ser despedaçado,
Toda a fé que bem ou mal exerço,
Toda a força que trago desde o berço
Tudo isso que não é meu mas que aceito,
Tudo isso que foge ao preconceito,
Do que não sou mas está em mim,
Desta fragância pura de jasmim,
Da tua expressão que excede a todo entendimento,
Da poesia, da arte e do pensamento,
Da criação, da essência e do porvir !!
Ah! Meu Deus tão amado e inexplicado !
Serás Tu, em verdade o provedouro de tanta imaginação ?
De onde tiraste tanta cor às desigualdades, tanto significado às maldades,
Tanto teor à perversão ?
Será mesmo que sabes do desequilíbrio,
De todo o inusitado, de todo o arbítrio,
Que se apresenta na vida, que persiste em representação incontida,
Que sempre tenta nos confundir ....... ?!
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