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Poesias-->Musas em Cacos -- 21/03/2013 - 00:16 (Jayro Luna) |
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Musas em Cacos
Inspira-me, urgente, ó anima-me!
Dura a vida menos que a insânia...
Entre estrelas cadentes, ensina-me,
Ó Musa, a decifrar esta miscelânea...
Vestida de branco, polida, me inspira
A cantar hinos apolíneos em minha lira,
Pensativa Musa, ouça meus hinos,
Opina à lida de meus dias sibilinos...
Sonho em ter as cores apetecidas
Das intrépidas cantoras enrubescidas,
Coroadas de grinaldas, dançando na aldeia,
Desveladas, como minhas loucas sereias!
O Mel das abelhas pode alegrar um menino,
Mas, meu pódio menosprezado, sem destino,
Ó que tragédia estes versos meditativos,
Rude máscara tristonha de um cativo...
Era tudo um punhado de divagações,
Era tudo um pouco de vis vibrações,
De um coração perdido em desejos,
De mirto e rosa e coisas que nunca vejo...
Ouço um clarim festivo e vejo dálias
E vejo heras, e mostro a genitália,
Num gesto bufo, anacrônico,
Dum clown de chapéu cônico!...
Um museu terno e perdido
Ou um liceu tépido, mas derruído...
Ruínas de poesia lírica ao som de flautas
Desafinadas sob as luzes da ribalta...
Como um clóvis, interpreto mal as histórias,
Num clima hostil, me vejo sem memória,
Conto o tempo numa clepsidra quebrada,
Minha fama de louros murchos, desabonada...
“Cale-se, ó míope poeta”, ouço uma voz
A me repreender! “Cale-se! Ó míope!”
Mas ainda espero a bela voz duma musa,
Ainda que em cacos e com cabeça de medusa!...
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