Ou pelo menos vislumbrar o mistério, o por que da tua maravilhosa presença, ainda que nada justifique, tantas bênçãos, tantas atenções, tanto amor !
Meu Pai, meu Pai, que vive em mim....!
Como és capaz de te transportar à tantas falências dos teus filhos ?
Como podes ser tão maravilhosamente sublime, tão profundamente fiel, apesar de tanta insensatez, de tanta indigência espiritual, neste mundo que não te merece, que tão estranho é, em relação a todos os teus valores ...!
Valores dos quais só conheço sombras efêmeras, traduzidas pelo lugar comum no pequeno nicho de expressão que é a nossa manifestação melhor da beleza, da poesia, da arte e...
Do amor ! - Este sim meu Pai é o elo maior que nos garante a tua tangência, a tua presença, a tua constância !
Meu Pai, meu Pai !
Como é bom, como é maravilhoso abrir o coração a Ti, nestes momentos inexplicáveis nos quais somos arrebatados à tua presença ! - Momentos que não merecemos e nem entendemos mas que humildemente aceitamos, por que é o nosso prumo, a nossa rota e o nosso norte, tu és o nosso fundamento, o nosso equilíbrio e a nossa sorte !
És o entusiasmo que nos inspira,
A tudo superar e vencer, nesta luta renhida que tanto nos desafia, que ainda mais nos fortalece e até mesmo nos emudece,
Ante tanta sabedoria, tanta serenidade, tanta paciência e tanto amor, cujo horizonte excede a todo o entendimento humano !
Oh, meu Pai, quanto te agradecemos pelas maravilhas que plantas em nossos corações ! Pelas compensações inefáveis das agruras pelas quais passamos !
Pela compreensão que nos permites, da nossa pequenez,
Pela humildade feliz que experimentamos e antes de tudo te agradecemos, meu Pai, pela conformação, pela serenidade que haurimos, pelas lições que recebemos, natureza afora !
Pela tua presença em toda a expressão da tua criação !
Pelo teu silêncio tão eloqüente, pelas lições mudas veiculadas pelos desafios nas esquinas da vida !
Meu Pai, meu Pai !
Tanto te agradeço pelo que construí por amor ao teu nome !
Nada mais fiz Senhor, do que tentar seguir o teu rastro de luz !
O teu caminho, a tua verdade e a tua vida,
Ainda que trôpego e falido na aspereza da estrada !
Ainda que perdido no turbilhão das ilusões, dessas sombras que em vão buscam encobrir a verdade sempiterna da tua luz !
Meu Pai, isto que ouves é um desabafo sim !
E até para isso, ouvidos tens !
É uma tentativa quase infantil, de procurar os pináculos da tua aproximação !
E quem disse que não é possível ?
Transportados que vamos pelas asas do teu amor !
Daquele mesmo amor que nos ensinaste !
Em tantos momentos do tempo e do espaço !
E ainda mais naquele momento em que te irmanaste,
Com a expressão maior do nosso humano amor !
O amor paternal pela cria das nossas entranhas !
Tu bem desceste até nós, desprendendo-te do teu filho unigênito, por ideal de amor maior, tão coletivo, universal e infinito, que excede até hoje ao nosso momento sensorial mas não ao nosso entendimento, conceitual, na transição e no alcance espiritual que o teu desprendimento e misericórdia nos proporcionou !