QUAL É O FIM?
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Francisco Miguel de Moura*
Como vou saber, se sem dente nasci,
Se me arrastava aos pés de todos vós?
Se você tem pressa, vá, amigo, corra,
Viver é delícia como doce de coco.
Não tenho pressa, não sei pra onde vou,
Não importa que chegue cedo ou tarde.
O tempo passa... Ou passou?
As coisas que fiquem aí, ingratas!
Se querem ir comigo, é desejo vão.
Nem meus irmãos desacoroçoados
Irão, nenhum. De pena, estão coxos.
Meizinhas, rezas ou jaculatórias,
Tudo são anedotas de mau gosto:
Se quiserem contar-me uma histórinha,
Que seja da "Vaca Vitória", da Carochinha.
Mas quando chegarem ao fim
(Quem sabe o fim de uma história?)
Deixei-me em silêncio, pé-ante-pé...
Eu morro por mim
E vou em(boa)(h)ora.
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