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Poesias-->DESPEDIDA -- 17/09/2013 - 09:54 (valentina fraga) |
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A mão espalmada no ar, era o ultimo gesto de adeus.
Em meio ao burburinho de despedidas alegres e outras chorosas,
esbarravam-se os viajantes na estação.
Entre nós, reinava absoluto silêncio.
Dos meus olhos rolava apenas a lágrima silenciosa,
Dos teus, num gesto masculino de orgulho e resistência ao amor
havia apenas a vermelhidão.
O adeus já fazia parte de nós, já era algo conhecido,
e sentido em tantos momentos, e mesmo assim,
doía rasgadamente, sempre que acontecia.
O trem antigo era a melhor forma de partir.
Durante a viagem, o rangido leve das engrenagens que se ouvia de dentro,
ajudava a organizar os pensamentos.
Entre milhares de olhares perdidos e vidas outras,
indecifráveis, perdia-se também o meu olhar.
Era bem certo que olhava e nada via.
Mergulhava em meus melhores momentos,
em minhas lembranças e amor,
de desejos realizados, da pressa, da urgência,
da fome, e da sede, dos carinhos, dos gestos,
das palavras, do olhar,
e de tudo o mais que pudesse naquele instante,
servir como unguento para amenizar
a grande dor daquele momento
que se chamava despedida.
VALENTINA FRAGA |
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