O combustível do espírito é uma combinação de trabalho intelectual com a sensibilidade de doação ao próximo e à coletividade, numa sublime composição entre a emoção e a razão.
Tivemos (estamos tendo) dias do ano de 2013 cheios de tarefas a serem cumpridas e vivenciadas com toda a intensidade do idealismo que nos acompanha. Envolvemo-nos com o projeto de três livros: dois novos títulos ("Lelé, a formiga travessa" e "Poesia de romance e outros versos") e a segunda edição do "Duducha e o CD de mortadela", uma obra infantil, com toda a tiragem destinada à promoção de distribuição gratuita a escolas municipais de ensino fundamental de Santo Antônio do Monte, Arcos, Pedra do Indaiá e outras cidades que serão contatadas.
Nesse espaço de tempo, mesmo com toda a nossa entrega à produção literária, cuidamos da elaboração de texto para a edição de calendário de 2014, com enfoque nos clubes Flamengo e Nacional, dentro dos anos de 1970 para baixo, quando os dois times eram importante fonte de lazer e distração da gente santo-antoniense.
Tamanho esforço e tão enorme empenho não têm compensação financeira e muitas vezes não recebem sequer manifestação de agradecimento ou elogio - é como se tivéssemos feito nada mais que a nossa obrigação ou, ainda pior, termos nos aplicado em realização desprovida de qualquer valor. Contudo, nossa alma se sente alimentada e preenchida pelo aprendizado, que lhe acrescenta luz e proximidade com a dimensão invisível que sobre nós atua.
A toda boa ação algum bem correspondente, de igual teor, surge no horizonte e, apesar dos que fazem questão de atirar pedra no solo de nosso caminho, energias protetoras nos providenciam escudos contra a maldade alheia. Entramos e vamos sair deste mundo sem entender o sentimento de inveja por que muitas pessoas se permitem nortear, uma vez que tudo o que desejam é ocupar o lugar do outro sem passar pelas dificuldades que levaram o alvo de seu irado e inconfessável encantamento a ser o que é.
Alegremente, podemos anunciar, aos amigos e leitores que acompanham a nossa carreira literária desde 1977, que o divino Criador nos presenteou com novo amuleto da sorte: nasceu a neta Júlia, no dia 14 de outubro, que veio juntar-se à querida neta Luara Nina, filha de Amanda, que há 14 anos é festa de claridade para os nossos passos errantes.
Não residia em nós disposição ou inspiração para a lavra de um novo poema, pois toda vez em que lançamos livro, seja poesia ou romance, optamos por dar um tempo, à espera da indispensável mudança psicológica, que nos conduz a uma visão diferente de nosso papel neste mundo, no qual a pressa e o imediatismo nos tira dos olhos a condição de realmente ver e louvar o milagre cotidiano do profundo mar de vida com que Deus nos contemplou.
A pequena Júlia, neta que nos veio por intermédio de Lucas e da nora Renata, é mais um exemplo do poder do Criador, que sopra, respira e transpira o néctar da vida de maneira tão abundante e incessantemente, a ponto de fazer da morte a promessa de princípio da existência eterna, que tem sua semente semeada na carne, onde germina e frutifica, para depois subir aos Céus.
Então, sob a pretensão de nos livrar de todos os males pelos indivíduos maus a nós rogados, declaramos, através do poema 'Júlia', parafraseando o cantor e compositor Gonzaguinha, que nós, em nome da felicidade e paz na Terra, ficamos mesmo é com a alegria das crianças! Por fim, o poema Júlia:
Horizonte em forma de gente
Sol nascente no meu coração
Estação nova nos olhos de quem a vê
Menina servindo porção de sonhos do querer
No balcão sublime da inocência de bebê
Derramando querência sem fim
Calor da mais pura hulha acesa
Assim é a ternura da beleza de Júlia
Chuva ensolarada de esperança nos quintais
Dádiva na caminhada dos avós e dos pais...
Carlos Lúcio Gontijo
Poeta, escritor e jornalista
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