Hoje, exatamente hoje, faz sete anos que te dei meu primeiro beijo,
dentro de um carro, num congestionamento absurdo, causado pelo deslizamento de um túnel, no Rio de Janeiro.
Hoje exatamente hoje, a sete anos atrás, senti pela primeira vez, o gosto da tua boca, de tuas partes, de você inteiro, mas bem pela metade, pois, de onde estávamos, não conseguimos sair, pela tempestade que caía sobre nós.
Hoje exatamente hoje, me vem à memória, cada momento que estivemos juntos, cada beijo, cada carícia, cada gozo até o final, até o esgotamento total.
Hoje, exatamente hoje, conto os dias e concordo, que não são sete anos, são quase sete meses, quem sabe sete semanas, quem sabe ainda sete dias, e se fizermos contas, talvez sete horas.
Hoje exatamente hoje parei pra pensar o que há de representativo em sete qualquer coisa nessa vida.
Hoje, exatamente hoje, vi no sete, número da perfeição, número cabalístico, que, independente de considerarmos os anos, meses, dias, horas, minutos segundos, em todos eles, o meu amor foi sincero, independente da importância que se dê.
Hoje, exatamente hoje, sei que amei, e ainda amo, como da primeira vez, como a sete anos atrás, quando experimentei o sabor do primeiro beijo,
e tudo que veio depois.
Hoje, exatamente hoje, sem querer, olhei o calendário, e me dei conta de tudo isso.