Com um buraco desse tamanho
Nem o que excede satisfaz
Uma agonia só
De ruídos inspiradores
É o frio, o sono
A abulia, a arte morta
Meu lirismo chato ficando mais chato
A morte que chega e entristece tantos
A paranóia, um sorriso de foto
Uma amiga distante, que não diz nada com nada
A boca amarga de palavras tão doces
A inconstância de sentimentos
Uma piada sem graça
A covest, a católica, e fesp
Pra uns tanto, pra mim ainda nada
O amor cansado
O impulsos sexuais e insexuais
As lembraças...
Ah, não foram feitas para lembrar
A crítica talvez construtiva dos ciclos
A solidão, a música em REPEAT
O clichê da liberdade
As tosses impertinentes e os engasgos
A dedicação paga com ingratidão
O amor correspondido
Não correspondente à felicidade
As crianças que gritam e irritam
Um Domingo assim normal
Fantástico, faustão, domingo legal
A apreensão do amor, na displicência do sexo
O poço profundo das iniquidades
E os desabafos despoéticos
Cabe tanto nesse buraco
Mas não nesse papel...
05-2001
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