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Poesias-->bile verde-amarela -- 26/12/2013 - 22:06 (maria da graça ferraz) |
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Eu perguntei seu nome,
surpreso, o pobre homem
abatido, triste, riu
como um demente
e respondeu servil :
" Eu me chamo Brasil-
filho do Tição
com a Serpente
que rasteja no chão"
E mostrou a língua
cheia de saburro
como um longo rabo sujo
Estava estendido sobre a cama
Embriagado - Olhar baixo
Pobre diabo. Covarde.Insano.
Acostumado às mentiras
e aos piedosos auto-enganos
que lhe enfiavam pelos canos.
A boca - bolsa rôta
trazia restos de vômito
e uma babugem espêssa,
áspera como uma esponja,
caía sobre seu queixo,
tão maldita como beijo
de vampiro
e tão xaroposa
como saliva de bicho
Na face a chaga funda :
O olhar amassado imundo
em que cabiam
todos os pecados do mundo
Exalava o hálito nauseabundo
de uma raça degenerada
e pobre coitada
que canta hinos ácidos
ao som de mil bumbos
dos intestinos flácidos
Sem honra. Sem coragem.
Sem vergonha.
Oligofrêmico!
Nada produz. Nada sonha.
Nada pensa
Falta água. Falta luz.
Falta papel higiênico.
Como mudar seu destino torpe
de ser apenas isto :
Malvado-Feio- Pobre?
Em meio a borra
da sua vida cachorra,
ele submergia a carcaça,
e era cozido no próprio caldo
Apodrecia vivo
como um porco fatiado,
cuja carne se tempera
com pimenta brava,
sal de pedra
e bile verde amarela
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