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Poesias-->Rodo -- 22/02/2014 - 11:20 (José Luiz de Carvalho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Nunca dei muita importância aos rodos.

Admito, contudo que o prazer de deslizar a borracha

sobre uma superfície lisa,

criando ondas em qualquer direção

não é de se desprezar.



O líquido que teimoso foge pelas beiradas,

parece querer brincar.

Avançamos sobre a da direita,

voltamos na da esquerda.

E novas ondas se formam,

insistindo em se espalhar.



Reverências à parte,

Exagerações contidas,

reconheço:

Existem diversões mais sedutoras.

E um rodo será sempre um rodo,

insubstituível, sim,

mas só até a água secar.



Desço pelo elevador de serviço.

Não estou só.

Ao meu lado um feixe de rodos,

abraçado com firmeza por um auxiliar da limpeza.

Educado e falante.

Entre o 24o andar e o térreo aprendi muito sobre os rodos.

Sempre pensei que eles fossem todos iguais.

Tolice minha!

Não é por serem simples rodos que eles não possam ser diferentes.

Resistência, tamanho, aplicação.

Tem rodo pra tudo!



“Observe senhor, a qualidade deste produto.

Neste condomínio não usamos qualquer tipo de rodo.

Aqueles que rasgam a borracha,

soltam o cabo,

aqui não se compra”...

Confidenciou-me o rapaz que,

anestesiado,

afagava cada peça

como se fossem cães de estimação,

ou bailarinos,

a serem cordialmente convidados para

o concerto ou baile de gala do seu trabalho de faxina.

Um pra frente, outro pra trás,

Um pra frente, outro pra trás...



Primmm!! Chegamos.

Com pressa deixo o elevador.

Tinha outras preocupações.

Meus próprios rodos para cuidar...



No mesmo lugar, dias depois, nos encontramos.

Desta vez subindo.

Eu mais calmo.

E ele sozinho.

Mãos vazias,

nenhum rodo ao redor.

Evitei tocar no assunto.

Contive a excitação.

De rodo eu já entendia.

Pra que mais uma explicação?



Despedimo-nos.

Sai logo antes que ele se lembrasse

e levantasse a questão.

Elogiando um detergente,

ou talvez um escovão.



Mas quem não se esqueceu, fui eu.

Antes de entrar em casa ,

contudo,

passei o rodo na charada:



O amor do artesão, por suas ferramentas

é universal.

Mas quem exige bons utensílios

não quer apenas entregar um lindo trabalho.

Quer ver a obra admirada.

Chão limpo, parede lavada.

Aquele homem queria escutar:

Parabéns!

E Puxava com o rodo a palavra,

que só no outro dia

eu,

finalmente,

falei.

 


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