NINGUÉM SABE NADA
Francisco Miguel de Moura*
Ninguém no sonho do outro,
Ninguém nas dobras do outro,
Ninguém no nada do outro.
Ninguém por si leva os passos
Que vão dar n’asas de voo
Para o amor... Muito menos!
Todos se livram de todos.
Quando seremos nós outros?
Quando os outros nos serão?
Nunca somos o que nada...
Somos maus entes dementes
Que nascem para morrer
Desconectados?
O mais são mistérios... Céus!
Entre estrelas, ilhas, mares.
Então, viver... Reviver?
Depois, ir-nos como um raio
Gelado, seco, nos ares,
Sem rota, pista nem pouso...
Triste! Somos só marmotas
Das ilusões mas/turbadas.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, com muitos livros publicados,principalmente em poesia, quatro romances, três de contos e crônicas que não acabam mais, dos livros aos jornais.
E-mail: franciscomigueldemoura@gmail.com
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