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Poesias-->CAATINGA -- 23/04/2014 - 14:17 (Roosevelt Vieira Leite) |
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A jurema nunca seca.
Nem o juá da caatinga de minha terra.
A pedra de sal corta como faca afiada.
Na caatinga tem de tudo:
Cascavel, urtiga braba e erva sagrada.
Sinto saudades da caatinga.
Tive amigos por lá.
Os homens são mais francos,
As mulheres mais quentes,
A rapadura desbota os dentes, mas, a meninada nem liga.
Era a casa de barro seco em armação de pau.
A porteira avisava quem chegava ao som da cachorrada.
Na caatinga todo mundo é igual.
Quando a sede aperta divide-se a água com o burro.
E o burro com o vizinho quando a fome arrebenta.
Carnaúba boa de cera,
Oiticica, óleo de algodão, castanha de caju.
Enchi a boca de água, pois, estou no Ceará.
Tapioca, ipioca, beira mar,
Jangadeiro valente, caboclo insolente,
Meu povo de Tianguá.
Passei por Sobral, subi a serra, cheguei a Meruoca.
O povo me contou de tudo uma fofoca.
Então, estufei o peito e chorei, era só saudade. |
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