SÍNDROME POÉTICA
Síndrome Bipolar, Síndrome de Pânico, Síndrome de Down...
Em cada manifestação uma peculiaridade que pode tornar um ser humano incompreensível para uns, diferente para outros... Na sua singularidade, contudo, cada uma delas também surpreende admiravelmente pela capacidade criativa que, por vezes, também se revela cativante.
A poesia é exatamente como qualquer dessas síndromes: uma infinidade de sintomas dos sentimentos expressos de inúmeras formas, ao sabor dos sonhos ou pesadelos, amor ou desilusão, alegrias ou tristezas, conhecimento ou ignorância, dor ou gozo, devaneio ou realidade.
Viver e respirar poeticamente diante de tantos fatos que só apontam para catástrofes também é ser diferente, tornar-se às vezes incompreendido.
Revelar-se com palavras que são frutos de uma alma inquieta, com sentimentos tão imprevisíveis como a própria natureza é intrigante. É um aglomerado de sintomas que o poeta deixa extravasar sem a menor ansiedade de controlar essas vazões que chegam como lavas e cinzas de um vulcão e se espalham.
Com singeleza ele contempla tudo com a naturalidade da sua síndrome inspiradora.
Dalva da Trindade S. Oliveira
(Dalva Trindade)
18.05.2014
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