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Poesias-->UM POBRE POETA -- 29/08/2014 - 09:57 (valentina fraga) |
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UM POBRE POETA
ENQUANTO TECIA PENSAMENTOS,
RASCUNHAVA VERSOS,
UMA HORA RICOS, EM OUTRAS,
TÃO POBRES QUANTO SUA CONDIÇÃO DE MENDIGO,
A ESTENDER A MÃO SUJA
ANSIOSO PELAS MIGALHAS DOS PASSANTES.
LEMBRAVA DE UMAS POUCAS COISAS,
MEMÓRIA POBRE, DE UM POBRE
VIAJANTE SEM HISTÓRIAS.
COLHIA RESTOS, FATOS ISOLADOS,
MOMENTOS HISTÓRICOS TÃO ESCASSOS
QUANTO SUA PRÓPRIA ESCASSEZ .
OLHAVA O MUNDO COM OLHOS SECOS
DE EMOÇÕES JÁ ESQUECIDAS,
SEM MAIORES ESPERANÇAS
DE VER POUSAR SOB UM TETO
ACONCHEGANTE, E SENTIR O CUIDADO
DE UM BRAÇO ACOLHEDOR.
ASSIM ERAM SUAS HISTÓRIAS,
SEUS VERSOS POBRES, SUAS RIMAS, SUA PROSA,
RASCUNHADAS A CARVÃO,
NA CALÇADA SUJA DA VIDA,
MISTURADA À POEIRA DOS PÉS DOS
DOS QUE PASSAVAM POR ALI, IGNORANDO
NÃO SÓ SUA CONDIÇÃO FÍSICA,
MAS TAMBÉM SUA POBRE POESIA.
VALENTINA
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