(2) RETRATO DE UMA SOCIEDADE FALIDA- (indicação Ana Zélia)
Poema de Israel Guerra
Clama aos céus ver tanta indiferença
Quando seres humanos iguais a nós
Estão morrendo de inanição
E fazemos que não vemos
Ao invés de pão para dar vida
Fazemos bombas para matar!
Ó atrevimento da soberba maldita,
Escuta a voz dos que tentam gritar por socorro!
Vaidade enganosa e maligna
Muda tua roupagem de ganância
Ao invés de fazeres prosa
E vê quantas desditas!
Orgulho hipócrita e devastador
Dessa cegueira brutal e intolerável
Maldade das maldades praticadas
Que fabricam os pobres miseráveis!
Salvamos baleias, mas não crianças
Que vivem um sofrimento interminável
Do nascer até o fim da breve existência
Desarmamos alguns poucos
E vendemos armas a muitos
Salvamos os pinguins
Devolvendo-os a vida
E as crianças desnutridas
Abandonadas por nós ficam sem um salva-vidas
Elas nem parecem mais gente
Pois o que restou delas?
Ossos enegrecidos pela fome!
Olhos descrentes sem esperança!
Os seios secos e sem leite
De mães pela fome também desgastadas
Que seus filhos vêm morrer
No meio dessa estrada
Sem poder por eles fazer nada
Também morrem da mesma forma desgraçada.
Ó desdita maldita e descomunal
Que seres humanos amaldiçoa,
Levando-os a morrer a míngua,
Entre ricos e abastados
Que as crianças e as mães não abençoam!
Já não há mais em quem crer,
A esperança está frustrada,
Os piores cegos os que não querem ver
Seguem seus caminhos por outra estrada
Para não verem quantos na miséria vão morrer!
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Nota- Israel Guerra, revoltado como todo brasileiro, escreve esta maravilha, a faço publicar, é uma cabeça pensante,
gritante deste País que perdeu-se em meio a tantos sonhos de grandeza de riqueza fácil, de impunidades...
Manaus, 13 de abril de 2015. Ana Zélia
|