A voz do fado !
Escutei a voz do fado
Num beco da Mouraria
Entrei meio desconfiado
Ela, cantava à porfia
Sua voz, tão meiga e doce
Deixou-me apaixonado
Nunca pensei que ela fosse
A mulher deste meu fado
Voltei no dia seguinte
Para ouvi-la cantar
E, do seguinte, ao seguinte,
Com o coração a arfar
Um dia, ela notando
Esta minha assiduidade
Ela falou, já chorando
Que perderá a liberdade
O sentimento de amor
Que de meu peito brotava
Atingiu aquela flor,
Que só pra mim ela olhava !
E, daquele dia em diante
Abri o meu coração
Àquela pedra, brilhante
Ainda sem lapidação !
São Paulo, 17/06/2015 (data da criação)
Armando A. C. Garcia
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