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Poesias-->OUTRO POENTE -- 01/01/2016 - 02:38 (PAULO FONTENELLE DE ARAUJO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


A vida vem para juntar.

O tempo porém corta as emendas.

Se vemos marinheiros

e suas ombreiras azuis,

elas são marcas da encenação geral,

mas nos portos

há uma guerra entre os segundos,

e sobre o mar

nenhum metal vence a força naval

do ocorrido há pouco.



A vida chega para reunir,

mas o tempo dilacera.

Se gaivotas pousam nas pedras

é o ensaio de tudo,

embora os instantes

engulam os peixes

e um baque sobrenade o horizonte

sem o reflexo das escamas.



A vida está aqui,

mas o tempo divide é certo.

Se vemos um coqueiral

exposto na praia,

isto é o aceno de nossa passagem

ainda assim prevalece

o maior areal das horas

como remate contínuo

do que eram pérolas.



Viver para assistir

a sombra de um eclipse,

nosso cone

e o estilhaçar contínuo

do vidro futuro.





DO LIVRO: ADVERSO E OUTROS MOMENTOS
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