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Poesias-->NADA DE NOVO -- 01/02/2017 - 06:05 (PAULO FONTENELLE DE ARAUJO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
 


Nunca visitei Nova York.


Nova York não existe.


Ela é um ponto de luz


na foto escura do planeta,


um retrato de calendário,


o filme na tevê,


e  minha palavra contra a tua,


que afirma conhecer a cidade


ter andado pela quinta Avenida,


ter visto esquilos no Central Park.


 


(Nova York não existe.


Sua existência é substrato daquilo que concebo,


teias de aranha em cantos que asseio.


No litoral da Bahia


reparo um Baiacu oculto nas pedras


e penso:


“O Baiacu existe!”


Se ele não estivesse na minha frente


não seria o peixe.


Seria uma ideia balão,


uma fotografia,


uma imagem no filme da tevê).


 


A cidade de Nova York não existe,


presumi que existia,


ludibriado pela luz


da imagem televisiva.


Isto foi antes de ver certa lua cheia,


- brilhava mais do que as luas


dos últimos 60 anos -


e pensar:


“O satélite não se incomoda com Manhattan,


com a Times Square


e ele se garantiu mais ainda


porque eu o descobri.


É outro baiacu luminoso


no oceano do universo"


 


Nova York  não tem coberturas


não  testemunho suas luzes.


Ela sobrenada uma nervura,


esconde-se atrás de  pedras vaidosas,


mostra formas bizarras,


porque nada daquilo são ruas.


Se há transeuntes,


eles saem de um metrô


de estações aparentes. 


 


Do livro:"Adversos e outros momentos"


 



 

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