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Poesias-->stripper -- 22/05/2001 - 23:58 (maria da graça ferraz) |
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Stripper
mdagraça ferraz
Eu tiro a roupa
Tiro tudo.Rasgo.
Arranho.Me desnudo.
Me acabo...
Sem culpa. Sem remorso.
Sem preconceito!
Não deixo nem folha de
parreira no lugar
marcado do pecado...
Não! Não preciso
deste falso recato.
Fico nua cristalina
como anjo da capela cistina -
Nudez católica e assexuada!
E dispo mesmo!
Sou desavergonhada...
Tiro.Retiro.Me viro.
Às vezes, caprichosa -
mulher fatal -
como uma árvore outonal.
Outras vezes, apressada,
sem paixão, como ave
trocando pena de estação.
Tiro a roupa
conforme a ocasião..
Vai a casca, fica a polpa.
E tiro:
Chapéu de burro e mordaças.
Perucas e couraças.
Postiços e carcaças.
Cordão umbilical.
Uniforme, toga, mentiras
Sapatinho de cristal.
Fico nua como recém-nato:
sem malícia - pacata pureza
original.....
Desvisto o que me impede
os passos, os gritos,
os soluços, os sonhos...
Desfaço casulos-
Esta armadura social.
Fico nua como estátua
da fonte: nudez artística,
primordial, arquetípica.
Com a maturidade,
me tornei stripper
profissional...
Exponho arranhões,
cicatrizes, beliscões,
feridas antigas -
quase imperceptíveis!
E a alma delicada-
invisível tatuagem-
no dedo , o piercing
dourado, pede passagem
e escreve suas
verdades descaradas...
agradeço a Auri
pela midi e pelos gifs animados
um beijo e um cheiro!
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