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Poesias-->teu rosto -- 23/05/2001 - 00:01 (maria da graça ferraz) |
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Teu rosto
mdagraça ferraz
Teu rosto me acompanha
feito aranha manca...
tropeça desajeitado
como um escravo cansado
de galés a remar com
os próprios pés
sem reflexo condicionado.
Vai para frente
Vai para trás
Vai do jeito que dá
como um João Bobo
sem sair do lugar.
Parece um rosto
sem destino - uma jangada
a correr de um submarino.
Teu rosto! Este teu rosto!
De tanto gosto e desgosto!
Me atinge como um micróbio
tentando enfraquecer
meu lado sóbrio,
adoecer-me em arquejos,
abater-me com beijos.
Ah, este teu rosto!
Penetra-me como um gás
inodoro e cheio de perigos,
com efeito sedativo...
Pois é...
Tu foste...
Ficaram lembranças dúbias.
Teu rosto de eunuco núbil.
Tantas imagens incertas.
Como se eu tivesse jogado
fora o feto do amor,
e amado a decídua..
A gente inventa este
sentir patético!
Algo cômico...feérico!
Para aliviar
a coisa que
devia passar e nunca passa
e ainda passa e passa
e passa, sem futuro, sem
passado: A dúvida de
nunca saber se este
teu rosto me amou ou foi
por mim amado.
Isto é a eternidade do
presente inacabado.
Tipo de prisão para
quem amou ou foi amado
de modo errado.
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