Os confetes formaram um mosaico colorido sobre o solo, e antes que a noite roubasse o desfile da rainha Manguaba, o sol veio beijar-lhe a superfície. Não era a despedida, mas tão somente o instante mágico a firmar o desejo de ambos de sempre juntos estarem. Aguando e desaguando, era ele a mirar e adentrar sinuosamente por entre suas águas cálidas e sedentas da bebida que somente ele poderia oferecer-lhe. Ele a fitava com o olhar do ardor em chamas de uma paixão constelar, onde nenhuma outra estrela, por mais brilhante, se atreveria a disputar a atenção. Manguaba rainha, tranquilamente degustava do sabor daquele beijo, completamente entregue à coreografia do instante de amor liquidificado por entre marolas de suas entranhas. Anoiteceu e o bloco das estrelas veio então frevar sobre o mosaico de confetes, para enfim celebrar a união indissolúvel. Manguaba encantada ficou a incubar o beijo como oferenda valiosa, observando ao mesmo tempo, o carnaval que à sua margem, acontecia.