Nasci e sempre vivi me desterrando. Por onde passava, a estadia era transitória, não mais que o tempo necessário para uma breve celebração de encontros. Em cada lugar, me vi cercado de opiniões amigas e inimigas. Meu juízo não era o final, mas o intermédio de toda história. Sentia a intensidade de todas as emoções e nelas embarcava altivo e cônscio de que tudo eram fatos. Desejos, eram conjecturas enquanto sempre me encontrava banhado no pueril. Não conseguia encontrar uma única verdade à volta, o que me deixava uma sensação de mal estar crônico, o que aos olhos alheios, provocava desconfiança. Uma falta de entusiasmo no outro, permitia que minhas emoções fossem protegidas e eu, um cidadão desterrado de mim mesmo.