ÚLTIMA CARTA
Tu és destinatária desta carta:
Desnecessário rabiscar teu nome
E dizer de toda a dor que consome
O trovador que do sonho se aparta!
Despedida? Renúncia? Não me importa
A aparência que a realidade tome;
Tua falta será sempre um cognome,
Pois saudade acepção não comporta!
Digo-te assim, sem receio: - Até breve,
Pois na roda do tempo, em qualquer lugar
Sei que inda verei os lindos olhos teus;
Tanto porque sei, com certeza invulgar,
Que em dois credos a vida circunscreve:
Não existe a morte, não existe adeus!
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