CONDOREIRA
Senti não ver sua foto à cabeceira...
Uma dor diferente, inominada,
Sensação de vazio, de quase nada,
Atormentou-me a mente a noite inteira!
Não vi mais a meu lado a condoreira,
Albatroz da palavra refinada
E cujo rosto é rima emparelhada
No soneto da ternura primeira!
Por isso clamo aos céus quase em pecado
Pra que possa na vida inda rever
A Musa que inspirava a minha lira!
Sem ela, sem seu rosto em minha mira,
Por mais que eu tente até obstinado,
Não posso mais sobre o amor escrever!
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