Foi então, infeliz,
que um dia
Te fizeram crer que
caí dos céus
Para passar a ser o
maior dos réus
Pai da dor e de toda
a mentira
Seria eu, então,
sempre culpado
Pelo que você
causasse a si
O anjo mal que se põe
a rir
Perante a agonia dos
condenados
Explique-me, então,
obra de Deus
Criado à Sua imagem e
semelhança
De quem recebo o aval
para agir
Te aviso logo, que é
Dele que vem
Toda autorização cada
vez
Que estendo a mão
para te ferir
E que não é mais
correto quem O segue
Pois o fará para
inflar o próprio ego
Caminhando conforme o
cego
Crendo que o paraíso
é o que merece
Através de mim, Ele
violará a esperança
Pois Lhe diverte
testar sua fé
Quer saiba ou não se
continuará de pé
Ou sucumbirá qual
triste criança
Não poderia ser senão
aqui
O inferno que todos
temem pisar
Pois o Altíssimo o
fez meu lar
Onde só a morte
realmente sorri
Perante a criação eu
seria
O que afrontou o
Criador
Cujo nome seria o
próprio amor
Mas cuja salvação não
chegaria
Mas é ao lado Dele
que ando
E qual filho dileto
que sou
Tenho pleno acesso à
sua morada
E por Ele assumo o
estandarte
De quem comanda lagos
de enxofre
Onde toda alma é
enviada. |