 Poema
Gregoriano para o Padre Ágio do Crato
“Quem canta, ora duas vezes” Santo Agostinho
A doação de uma vida, um punctum
no céu estelar...
Virgo, virga...
Como um melisma contínuo ressoa o
canto da fé...
Veja em cada passo, pé ante pé, ritmado, podatus a ressoar...
Uma flexa vara o céu do Araripe, uma flexa, clivis, etérea...
A subir os degraus da escada, climacus, Padre Ágio leva as partituras
E a orquestra, formando um losango no pátio – quilisma...
E torcido e retorcido – torculus
– o papel se realiza em música pura!
Escandido o verso – scandicus
– desfaz-se a inútil cisma,
Voa Canto porreta! Porrectus!
Flexus Resupinus!
Vinga no sertão de neumas,
Padre Ágio plantou sob sol a pino
As bases comunicativas da alma: A música é a matemática de
Deus!
Arte do sítio Belmonte, Crato, Cariri, para o Mundo...
As notas
vagando no coração dos fiéis e dos ateus
É a
mesma!... A beleza sutil do Infinito mais profundo! |