O homem com a perna mecânica
A máquina com a perna humana.
A boca de borracha
não beija mais a outra,
carne exposta aos dentes
e o nunca mais
é uma ideia encadeada.
O homem com a perna mecânica
percebe a máquina sem óleo.
A máquina deita na cama
traz a sua perna humana.
Escuta-se um estalo,
isso é o máximo agora.
O homem dorme
com sua perna mecânica
e durante a noite
rostos são plugues no meio dos sonhos.
Isso também é o máximo agora,
embora pelas ruas ele veja olhos de plástico
e ainda possa oferecer os seus músculos.
O homem não os ofereceu ainda
porque ele e a máquina
ainda dormem na mesma cama
e a máquina perde fios de cabelo.
O homem quase entende aquilo:
fios grudam em suas mãos.
São cabelos perdidos que significam algum perdão
ou o homem tão frágil ainda não sabe,
que corpos quebradiços,
são inutilmente receptivos?
DO LIVRO: AS SONDAS AMAM
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