A perua escolar estaciona na rua estreita
em frente ao meu prédio.
No início da noite
o caminhão de lixo não pode passar.
O lixeiro começa a gritar:
“Perua escolar atrapalhando o lixeiro!”
Ninguém responde o homem repete:
“Perua escolar atrapalhando o lixeiro!”
Pela terceira vez ele repete:
“Perua escolar atrapalhando o lixeiro!”
Ninguém responde do prédio e o grito muda:
“Perua e escola sempre atrapalharão o lixeiro!”.
E o lixeiro passa a improvisar:
“Perua atrapalhada também atrapalha o lixeiro!”;
“Escola atrapalhada nunca deixou o lixeiro passar!”;
“Escolar o lixeiro nunca foi mas agora quer passar!”;
“Escola sempre achou o lixeiro atrapalhado!”
“Lixeiro pode mudar, mas agora a perua atrapalha!”
“Depressa retirem a perua e deixem a escola
é o que pede o lixeiro!”.
“E o lixeiro quer passar!”
Do prédio ouve-se um grito:
“Por que você não dá a ré e carrega o lixo nas costas?”
DO LIVRO: AS SONDAS AMAM
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