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Poesias-->TRAGÉDIA -- 06/04/2020 - 00:34 (PAULO FONTENELLE DE ARAUJO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

TRAGÉDIA

Vem do trabalho, o rosto macilento,
parece mais um rosto criminoso,
e vai marchando sempre a passo lento,
como quem segue um ponto duvidoso

Carrega o cenho. Um louco pensamento
Surge. Apalpa pressuroso  
O cabo de um punhal... Pressentimento...
Não será ele ainda prezado esposo?

Na porta uma mulher vem recebe-lo
Ela mulher não cansa de quere-lo
E ele, coitado, chama-lhe de louca!

Fita a mulher num gesto de maldade.
Domina a esposa com brutalidade
E depois...e depois...beijou-lhe a boca!

VICENTE ARAUJO
Parnaíba 11/03/1931

Este é um outro poema do meu tio Vicente Fontenelle de Araujo. Ele morreu de tuberculose no final dos anos trinta do século XX.  Não sei quanto tempo a doença perdurou, mas sei que ele gostava muito do ofício de escrever e ficaria feliz por estar de alguma maneira sendo lido. Este site de literatura foi perfeito. 

Paulo Fontenelle de Araujo

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