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Poesias-->o palácio de cristal -- 03/06/2001 - 00:18 (maria da graça ferraz) |
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Quero desvestir o mundo
Arrancar sua cobertura
Libertá-lo das vestes imundas:
prisões, claustros e muros
Quero despi-lo mansa e
suavemente como uma amante
ávida de desejos de tão contente
Esvaziá-lo de excedentes : bolsos,
sacolas, mochilas e fardos .;
As fronteiras de seus continentes,
até a boca da garrafa -
Beiras onde bebem os povos
o ódio e o preconceito...
Quero desnudar seus dragões,
seus depósitos, seus postiços,
as barreiras entre as nações,
e criar uma só raça mestiça-
substrato de um único Amor.
Por fim, retirarei seus sapatos
e rasparei suas superfícies
motivo de tantas discórdias
Exporei sua alva calvície
a provar a queda final de
divisórias e quintais.
Só, então, ao ver o mundo
assim: descalço, careca e nú,
a lembrar um frágil monge
hindu em profundo sono,
é que cair-se-á a casca da ferida
como a última folha do outono -
A máscara da vida!
E , abaixo, do que pensei sabido
e adivinhado : a pele mortal
conhecida - Despertará a Bela
Adormecida - Alma do mundo,
em seu triunfo final : beijo
profundo, levantará do leito
no seu castelo de cristal... ::
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