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Poesias-->ser -- 03/06/2001 - 00:50 (maria da graça ferraz) |
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A garota que fui
abriu a porta e
empurrou a mulher que sou
para fora...
Guando parti, mundo afora,
ainda a vi, debruçada na
janela, a sorrir...
Ao tentar retornar, percebi
que a garota que fui havia
se escondido.
Na minha vida foi assim...
Ficou a criança oculta
Partiu o adulto
A mulher que sou
está orfã de paisagens...
É forasteira em sua própria
vida...
Banida, cumpre o desterro,
vaga sem rumo em tantas
aragens.
Na minha vida é assim...
O adulto permanece
como um menino
sobrevoando as miragens
de seu destino
A velha que serei
está em algum lugar
à minha espera ...
Será um encontro breve
e superficial...
Nenhuma de nós duas
tentará se tocar porque
sabemos que, de uma
forma ou de outra, eu
passarei, e ela também
passará.
A garota que fui ainda
estará lá, a impedir
o regresso da alma
pródiga, sem ouvir seu
pedido de perdão...
Minha vida será assim
Ficará a criança
Partirá a velha
A mulher que sou
deverá se perder entre os
dois caminhos,
se é que, de fato, algum dia,
se fez existir
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