Os vapores da xícara na mesa
Sobre a tela da manhã sereno
Mas á noite a torpeza
Cuspo regras com veneno.
Tudo em mim é fracionado
Partes, partículas, fractais
Fatias de amar e ser amado
Embrulhadas em erros ancestrais.
Amor, compaixão, ternura
Inveja, ciúme, vilania
E uma coisa mais escura
Pedaço sem noite ou dia.
Eu sou, sou não
Um singular ponto
Amor, amigo, irmão
Apenas um grande tonto.
Supreendo minhas convicções
Com um balde de insegurança
Escorrem ideais nos taboões
O homem foge como criança.
As flores negligenciadas do Jardim
Dão perfume e beleza insistentes
Revelam novos tons de carmim
Realçam mentiras evidentes.
O diabo ama vaidade
Odeia a vergonha
Queima de raiva da alma pamonha
Que hoje vai viver de verdade.
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