As pérolas na cortina
Escorrem entre o jardim
Que abraça e ensina
E esse estranho em mim.
Nós racionamos as dores
Bebemos cada dúvida
Aramos alguns amores
Nossa alma aquecida
Tudo isso foi jogado
Numa caixa de papelão
Dentro do baú mofado
No agridoce coração
No arame farpado
Lembro de cada perigo
Liberdade ao teu lado
Como fiz isso comigo
Fixação nas falácias
Sócios de compulsão
Giramos nas inércias
De dinheiro e solidão
Teu olhar me desconcerta
Vejo meu torto reflexo
Mas aceito a oferta
Chega de viver sem nexo
Um passo então a frente
E você dá o seu também
Sinto a perna dormente
Mas o ego não me contém
O sabiá diz Estiou
Frio abraça as flores
Você se mexe e começou
Rebrotam velhos amores.
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