Nas pedras polidas de gente
Rua do meu centro antigo
Você ama perfeitamente
Sonho de creme e castigo
Mergulho feliz no turbilhão
Felicidade dopamina
O outro é minha salvação
Revisitar museu é sina
Amor nunca é coisa pouca
Temos um e os gregos cinco
Do coral resta a voz rouca
Uso do peito um recinto
Sob minha árvore de Natal
Abro o pacote vazio
Expectativa raiz do mal
Todos unidos nesse fio
No mundo que cultiva egos
Floresce ciúme mentira
Soldado e seus inimigos
Ama um no resto atira
Chega das receitas de sentir
Na matemática bizarra
Nós juntos o resto subtrair
Amar é soltar a amarra
Abre no peito a porteira
Deixa correr esse tordilho
Perde tua paz na poeira
Chora pai a volta do filho
Nossas almas sedentárias
Temem dor no exercício
Muitas câimbras contrárias
Ser vale o sacrifício
Chegando aqui outra questão
Ir no limite de cada um
Segura a corda tua mão
Na beirada vendo chão nenhum
Persiste e se desafia
Dói o espírito carente
Larga tudo que atrofia
Vai viver verdadeiramente.
|