UM POUCO E TUDO
Sou mistura nada pura
tenho muitas rachaduras
Outros veem as falhas todas
sou dessa gente qualquer
a vida joga seus laços
eu engancho meus pedaços
No balanço da sorte
agarro o norte
perco o porte
devo ver algum suporte
e por aí meus amigos
são os ríos do meu barco
algo estranho que desliza
e sustenta como brisa
Já não creio nos milagres
dos sistemas arrumados;
creio em todos os meus lados…
E pareço-me com muitos
Sou aquela da esperança
meio gasta meio ingenua.
Sou humana toda inteira
Sou mulher, mas viro fera.
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