SONETO DE UM ÉBRIO!
Poeta Andarilho
O soneto que escrevo não faz eco
Não consegue ir além de um recanto
Muito embora eu procure o encanto
Que parece ter ficado no boteco.
No boteco eu tocava reco-reco
E tentava harmonia com meu pranto
Preferência sempre dei para meu santo
Quando a loira escorria no caneco.
No boteco tinha dança... alegria...
Alternando com uma bela poesia
Que um ébrio declamava d’improviso!
Entre u’a loira gelada e outra quente
Nem notava que a segunda era gente
(O garçom não exibia um aviso).
|