S.Ó.S.
Neste mar sem tempo
boiam corações.
Tudo está sombrio
arrasto-me:
igual a tantos
driblo coisas
vago à toa
quase viva
sou uma figura repetida
atiro para os lados
salva-vidas
creio em avenidas de silencio
tenta-se aguentar
tanto sofrimento
muitos na beirada
entre teto e abismo
tantos agonizam
e os que salvariam
vivem no cinismo
Tiram da cartola
um grande precipício
Neste mar estranho
navegar não pedimos
e esse que arrebenta nossas balsas
ri no mimimi do seu umbigo
Só me resta agora
um salva-vidas.
Peço ao Universo uma saída...
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