CONFIDÊNCIAS
Renato Ferraz
Entardecia.
O mar estava calmo.
Sereno e belíssimo.
O vento úmido de primavera acariciava suavemente a minha pele.
Enquanto eu descontraído o admirava
E ao mesmo tempo absorto, pensava...
Em pouco tempo surgiram os primeiros vestígios da noite.
O céu estava limpo, apenas passava uma ou outra nuvem solitária
E imaginava eu, por ali deve estar o Criador a observar a sua obra.
Ele que nos ver toda hora e nos conhece bem.
As ondas do mar, no seu ritmo próprio, dançavam efusivamente.
Entre idas e voltas, transpiravam aquela espuma aromática.
Parecia até que balbuciavam sons que talvez só a natureza pudesse compreender.
Eu caminhava pela praia sentindo a frieza da areia molhada
em meu limiar contemplativo, tudo parecia um sonho
Passavam em minha mente flashes de alguns momentos vividos,
que marcaram a minha vida aqui em Natal, mais precisamente em Ponta Negra.
Paixões, viagens, minha vida noturna, o amor e a vida...
As emoções relembradas, o momento contemplativo, conjuntamente,
e as ondas no seu vai e vem, quase cúmplices,
parecia como se me quisessem compartilhar algo...
Dentre os seus movimentos, um me chamou mais a atenção,
se assemelhava a formação de uma letra bem conhecida minha, na areia da praia...
As águas azuis da minha amada e companheira Ponta Negra
brilham como os olhos de uma inocente criança que delira com o seu brinquedo.
Lembram o azul esverdeado da cor dos olhos de alguém que eu admiro muitíssimo!
A vida é mesmo uma dádiva.
São momentos assim que me fazem ser agradecido
e tentar imitar a lição que natureza ensina,
com sua simplicidade: ser livre, servir e amar!
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